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BENJAMIN GONÇALVES FIGUEIREDO


Olá irmãos


Que a paz de Oxalá esteja com todos

Hoje prestamos uma homenagem a um grande nome da Umbanda, Zélio Fernandino, Benjamim Figueiredo foi um desbravador, Fundador da Tenda Espírita Mirim e um dos idealizadores do Primado de Umbanda através do Caboclo Mirim, entidade com a qual trabalhava, trouxe uma ritualística e liturgia própria para a Umbanda, a chamada "Escola da Vida", fonte de inspiração seguida por diversas tendas por todo o país.

Em um momento histórico-cultural difícil para a Umbanda, Benjamin Figueiredo foi um dos principais expoentes no movimento pela evolução do culto e pelo reconhecimento das casas umbandistas junto às autoridades de seu tempo, estando lado a lado de alguns dos incansáveis guerreiros dos primeiros anos da organização da religião de Umbanda, tais como Zélio Fernandino de Moraes, Domingos dos Santos, João Carneiro de Almeida, José Álvares Pessoa, Manoel Nogueira Aranha, João de Freitas, Cavalcanti Bandeira, Cícero Bernardino de Melo, Narciso Cavalcanti, Félix Nascente Pinto, Jerônimo de Souza, Henrique Landi Júnior, Matta e Silva, Tancredo da Silva Pinto, Átilla Nunes (pai), Omolubá, Flavio da Guiné, dentre outros.

O Caboclo Mirim manifestou-se em 1920, através de seu médium Benjamim Gonçalves Figueiredo, ainda bem jovem, com a missão idêntica à de Zélio Fernandino de Moraes, médium do Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Em outubro de 1924, estava fundada a Tenda Mirim, no Rio de Janeiro. O Caboclo, então, apresentou os dogmas de sua Escola.

A prática umbandista deveria se desenvolver dentro da simplicidade, abolido o sincretismo dos orixás com as imagens dos santos católicos, os médiuns vestiriam-se sobriamente, sem guias no pescoço, atendendo de acordo com os graus de iniciação.

Não eram permitidas matanças de animais, obrigações ou recolhimentos. No congá, apenas a imagem de Jesus (Oxalá), a tradicional conhecida pela Umbanda, de braços abertos, como a acolher todos os filhos que a ele se dirigem.

O Primado de Umbanda foi ideado pelo Caboclo Mirim e posto em prática pelo seu aparelho o saudoso médium C.C.T Srº BENJAMIN GONÇALVES FIGUEIREDO, o maior propagador e defensor da Umbanda no Brasil, que introduziu pela primeira vez a ESCOLA DE FORMAÇÃO INICIÁTICA DO 1º AO 7º GRAU, usando a terminologia da língua “Nheêngatú” da nossa Raça Raiz - a Raça Tupy - para identificar os respectivos graus de evolução espiritual, resgatando assim através da Escola do Primado de Umbanda os fundamentos esotéricos da Grande Lei de Umbanda.

Benjamin Gonçalves Figueiredo, então com dezessete anos, participava com sua família de sessões espíritas (kardecistas) até que, em março de 1920, em uma dessas reuniões, Caboclo Mirim incorporou o jovem médium e anunciou que aquela seria a última sessão de Kardec realizada por aquela família e que as próximas passariam a ser de Umbanda, religião apresentada apenas há pouco mais de dez anos.

A partir de então, toda a família Figueiredo viu-se envolvida na formação daquele que seria um dos mais importantes núcleos umbandistas do Brasil. Aos 13 dias do mês de março do ano de 1924 considerou-se fundada a Tenda Espírita Mirim. Desde o início Caboclo Mirim advertiu que aquela seria uma Organização única no gênero em todo o Brasil, cujo método seria adotado por outras Tendas, até mesmo em outros Estados da Federação.

De fato, o ritual da Tenda Mirim sempre se destacou no meio umbandista por trazer influencias de correntes filosóficas que vão desde o Ocultismo e a Teosofia ao Espiritismo de Kardec. Caboclo Mirim aboliu do seu culto diversos elementos que estavam intimamente ligados à noção de que se tinha das “macumbas” e feitiçarias reinantes naqueles tempos, bem como alguns outros também relacionados ao culto católico e à cultura africana, em especial.

Ainda como parte da ruptura com outras religiões, nos terreiros orientados por Caboclo Mirim não se encontravam altares com as imagens católicas, apenas a de Jesus Cristo situado acima da altura da cabeça dos médiuns, onde se lia a inscrição “O Médium Supremo”. Os atabaques foram trocados por enormes tambores (tocados sentados), toalhas-de-guarda e as vestes rendadas coloridas, típicas da Bahia, deram lugar aos brancos uniformes e calçados, sempre sóbrios, como a lembrar a seus médiuns que todos eram apenas operários da fé, ou melhor, “Soldados de Oxalá”, como na letra de um belo hino da Tenda Mirim. Nenhum ornamento, nem guias, colares ou qualquer tipo de ostentação pessoal era aceita. Antes da abertura dos trabalhos, era até difícil ao visitante reconhecer os dirigentes dentre os demais médiuns da Casa.

Foi um primeiro passo em busca de uma identidade própria para a Umbanda, buscando-se dignificar o culto e seus participantes, tendo como base a organização e a disciplina do conjunto do corpo mediúnico da casa umbandista. Percebe-se ainda a nítida influência do movimento positivista daqueles tempos, através de uma certa rigidez hierárquica e disciplinar no terreiro, o que aliás, atraiu muitos médiuns militares para as fileiras das casas sob a orientação de Benjamin Gonçalves Figueiredo.

Caboclo Mirim introduziu também o conceito de graduação aos seus médiuns em desenvolvimento, com uma classificação própria para cada um nos trabalhos de atendimento público. Foi, talvez, a primeira Escola de Formação Iniciática Umbandista!

O novo adepto da religião iniciava seu desenvolvimento mediúnico na base da pirâmide hierárquica do terreiro, e ia ascendendo nela conforme em seu próprio ritmo, levando-se em conta a seriedade e a dedicação do neófito, e sempre de acordo com a intensidade e a qualidade com que seus próprios Guias trabalhavam junto ao médium.

Com isso, durante seu desenvolvimento, o médium exercitaria várias funções dentro dos trabalhos de caridade. A nomenclatura dos sete graus foi baseada na terminologia da língua Nheêngatú, da antiga raça dos índios Tupy. Assim ficaram classificados:


· 1º Grau: Bojámirins - Entidades dos médiuns Iniciantes (I)
· 2º Grau: Bojás - Entidades dos médiuns de Banco (B)
· 3º Grau: Bojáguassús - Entidades dos médiuns de Terreiro (T)
· 4º Grau: Abarémirins - Entidades dos Sub-Chefes de Terreiros (SCT)
· 5º Grau: Abarés - Entidades dos Chefes de Terreiros (CT)
· 6º Grau: Abaréguassús - Entidades dos Sub Comandantes Chefes de Terreiros (SCCT)
· 7º Grau: Morubixabas – Entidades dos Comandantes Chefes de Terreiros (CCT)

A liturgia aplicada nos terreiros também introduzia novos conceitos à fé umbandistas. Caboclo Mirim sintetizou o tradicional panteão africano em algumas linhas de trabalho sob a égide de Tupã, o Senhor da criação na cultura Tupi-Guarani. Os Orixás evocados nos trabalhos da Tenda Mirim eram: Oxalá, Oxossi (e Jurema), Ogum, Iemanjá, Oxum, Nanã, Iansã e Xangô. Sempre se evitando o sincretismo com os santos católicos, principalmente nas curimbas cantadas.

As manifestações mediúnicas davam-se sempre através dos Caboclos, Pretos-Velhos e as Ibeijadas (crianças), e não havia sequer uma saudação aos Exus e Pomba-Giras, muito menos uma Gira ou sessão própria para o trabalho destes. Certamente uma atitude que visava ratificar a ruptura da Umbanda com as populares “macumbas”. Para muitos, Benjamin Figueiredo parecia ignorar completamente a existência do “Povo da Rua”, bem como a extensão e a importância dos trabalhos próprios dessa linha. Benjamin parecia ignorar, perante os olhares menos atentos...

Realmente, nos tempos de Benjamin Figueiredo, as casas ligadas à Tenda Mirim não faziam Giras próprias de
Exu e Pomba-Gira. Mas sua participação sempre foi fundamental na corrente astral da Casa.

Com um olhar mais apurado observava-se a presença do “Povo da Rua” auxiliando desde o desenvolvimento dos médiuns iniciantes bem como trabalhando pesado no descarrego de médiuns e consulentes. Mas sempre de uma forma extremamente discreta, fosse junto aos Caboclos e Pretos-Velhos, fosse junto à parte do corpo mediúnico denominados “médiuns de banco”. Essa categoria de médiuns tinha como principal característica operar sempre sentado e de forma receptiva (ou passiva), em contraponto aos médiuns de terreiro incorporados com seus Caboclos, que ministravam o passe no consulente, de forma ativa. Os médiuns de banco se doavam fornecendo ectoplasma e também auxiliando na dispersão de energias maléficas e/ou miasmas, bem como na condução de almas sofredoras ou espíritos trevosos (“exunizados”).

Este era o trabalho fundamental das sessões de caridade sob a orientação de Caboclo Mirim.

Daí percebe-se que só com a segurança dos sempre alertas Exus e Pomba-Giras, em total sintonia e cooperação com as demais entidades presentes, se alcançava o pleno êxito em cada sessão.

Além das sessões de caridade, outro evento importante sob a direção de CabocloMirim eram as magníficas Giras mensais. Em seu enorme terreiro (20 x 50 metros), inaugurado em 1942, cerca de 2000 (dois mil!) médiuns da Tenda Mirim, suas filiais e Casas co-irmãs, confraternizavam com seus Caboclos e Pretos-Velhos em uma só poderosa vibração de amor aos Orixás e à Umbanda.

A partir dos anos 50, com um trabalho já bem consolidado na sua matriz no Rio de Janeiro, Caboclo Mirim responsabilizou vários médiuns a levar as Tendas de Umbanda ao longo de todo território nacional. A primeira casa descendente da Tenda Mirim foi criada em 30/06/1951, como filial, em Queimados, cidade de Nova Iguaçu. Depois desta, novas casas foram abertas em Austin, Realengo, Colégio, Jacarepaguá, Itaboraí e Petrópolis. A primeira casa descendente do Caboclo Mirim, aberta fora do Rio de Janeiro foi na cidade de Assaí, no Paraná.

Até 1970, já tinham sido abertas 32 casas sob a orientação de Caboclo Mirim.


Que Oxalá nos abençoe sempre



 Saravá .'.

SEARA ESPÍRITA FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE

Olá irmãos


Que a paz de Oxalá esteja com todos


Hoje a postagem é uma Homenagem a uma Casa Umbandista linda, caridosa e séria que eleva o nome da Umbanda acima de tudo dirigida pelo Seu Darssete Sr. Domingos e Pai Roberto de Oxossí.
As atividades da Seara Espírita Fé, Esperança e Caridade tiveram seu início em 1959, no bairro da Aclimação. Atualmente com sede própria localizada na Av. Manuel Augusto de Alvarenga, 173 - Cidade Ademar, a Casa já não conta com a presença carnal de seus fundadores, o Paizinho (Sr. Archimedes) e a Mãezinha (Dona Lígia), mas os traz presentes espiritualmente em todas as suas giras, assim como mantém vívidos nos corações dos Filhos do nosso Terreiro os princípíos de propagar a Fé, a Esperança e a Caridade.

Uma casa que visa o bem estar e a elevação moral das pessoas e de seus seguidores, nos d Blog e do Templo de Umbanda Divina Luz estivemos presentes participando deste dia tão especial para a Umbanda.

A Seara é sem dúvida um refúgio para as aflições, uma casa onde reside os orixás e suas manifestações, com linda curimba, maravilhoso trabalho espiritual um lugar sem dúvida nenhuma que pode ser chamado de "Casa de Deus"
Dirigentes da Seara e da Divina Luz

Parabéns a todos os obreiros da Seara, Parabéns a Diretoria e principalmente Parabéns aos Dirigentes espiritual. E um muito obrigado ao Paizinho e a Mãezinha pela fundação desta casa maravilhosa.

Parabéns pelos 52 anos !
 Que Oxalá nos abençoe sempre


 Saravá .'.

CÍCERO ROMÃO BATISTA

Olá irmãos

Que a paz de Oxalá esteja com todos


Hoje dia 20 de Julho dia da morte de um ser muito iluminado, que deveria ser Santo Católico tamanha a fé das pessoas em sua figura, porém na Umbanda e meios espirituais é muito lembrado e reverenciado ainda mais por nossos queridos Baianos e Baianas.

Cícero Romão Batista . Na devoção popular é conhecido como Padre Cícero ou Padim Ciço. Proprietário de terras, gado e dono de diversos imóveis, o Padre Cícero fazia parte da sociedade e política conservadora do sertão do Cariri. Tinha no médico Floro Bartolomeu seu braço direito e integrava o sistema político cearense que ficou sob o controle da família Acciolidurante mais de duas décadas. Carismático, obteve grande prestígio e influência sobre a vida social, política e religiosa do Ceará e da Região Nordeste do Brasil.
Nascido no interior do Ceará, era filho de Joaquim Romão Batista e Joaquina Vicência Romana, conhecida como dona Quinô. Aos seis anos de idade, começou a estudar com o professor Rufino de Alcântara Montezuma.
Um fato importante marcou a sua infância: o voto de castidade, feito aos doze anos, influenciado pela leitura da vida de São Francisco de Sales
A morte do pai, que era pequeno comerciante no Crato, trouxe sérias dificuldades financeiras à família, de tal sorte que, mais tarde, em 1865, quando Cícero Romão Batista precisou ingressar no Seminário da Prainha, em Fortaleza, só o fez graças à ajuda de seu padrinho de crisma, o coronel Antônio Luís Alves Pequeno.

Muitos livros afirmam que Padre Cícero resolveu fixar morada em Juazeiro devido a um sonho (ou visão) que teve, segundo o qual, certa vez, ao anoitecer de um dia exaustivo, após ter passado horas a fio a confessar as pessoas do arraial, ele procurou descansar no quarto contíguo à sala de aulas da escolinha, onde improvisaram seu alojamento, quando caiu no sono e a visão que mudaria seu destino se revelou. Ele viu, conforme relatou aos amigos íntimos, Jesus Cristo e os doze apóstolos sentados à mesa, numa disposição que lembra a última Ceia, deLeonardo da Vinci. De repente, adentra ao local uma multidão de pessoas carregando seus parcos pertences em pequenas trouxas, a exemplo dos retirantes nordestinos. Cristo, virando-se para os famintos, falou da sua decepção com a humanidade, mas disse estar disposto ainda a fazer um último sacrifício para salvar o mundo. Porém, se os homens não se arrependessem depressa, Ele acabaria com tudo de uma vez. Naquele momento, Ele apontou para os pobres e, voltando-se inesperadamente ordenou: - E você, Padre Cícero, tome conta deles!
No ano de 1889, durante uma missa celebrada pelo padre Cícero, a hóstia ministrada pelo sacerdote à beata Maria de Araújo se transformou em sangue na boca da religiosa. Segundo relatos, tal fenômeno se repetiu diversas vezes durante cerca de dois anos. Rapidamente espalhou-se a notícia de que acontecera um milagre em Juazeiro.

A pedido de padre Cícero a diocese formou uma comissão de padres e profissionais da área da saúde para investigar o suposto milagre. A comissão tinha como presidente o padre Climério da Costa e como secretário o padre Francisco Ferreira Antero, contava, ainda, com a participação dos médicos Marcos Rodrigues Madeira e Ildefonso Correia Lima, além do farmacêutico Joaquim Secundo Chaves. Em 13 de outubro de 1891, a comissão encerrou as pesquisas e chegou à conclusão de que não havia explicação natural para os fatos ocorridos, sendo portanto um milagre.

Insatisfeito com o parecer da comissão, o bispo Dom Joaquim José Vieira nomeou uma nova comissão para investigar o caso, tendo como presidente o padre Alexandrino de Alencar e como secretário o padre Manoel Cândido. A segunda comissão concluiu que não houve milagre, mas sim um embuste.
Dom Joaquim se posicionou favorável ao segundo parecer e, com base nele, suspendeu as ordens sacerdotais de padre Cícero e determinou que Maria de Araújo fosse enclausurada.
Em 1898, padre Cícero foi a Roma, onde se reuniu com o Papa Leão XIII e com membros da Congregação do Santo Ofício, conseguindo sua absolvição. No entanto, ao retornar a Juazeiro, a decisão do Vaticano foi revista e padre Cícero chegou a ser excomungado, porém, estudos realizados décadas depois pelo bispo Dom Fernando Panico sugerem que a excomunhão não chegou a ser aplicada de fato. Atualmente, Dom Fernando conduz o processo de reabilitação do padre Cícero junto ao Vaticano.

Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, era devoto de padre Cícero e respeitava as suas crenças e conselhos. Os dois se encontraram uma única vez, em Juazeiro do Norte, no ano de 1926. Naquele ano, a Coluna Prestes, liderada por Luís Carlos Prestes, percorria o interior do Brasil desafiando o Governo Federal. Para combatê-la foram criados os chamadosBatalhões Patrióticos, comandados por líderes regionais que muitas vezes arregimentavam cangaceiros.

Existem duas versões para o encontro. Na primeira, difundida por Billy Jaynes Chandler, o sacerdote teria convocado Lampião para se juntar ao Batalhão Patriótico de Juazeiro, recebendo, em troca anistia de seus crimes e a patente de Capitão. Na outra versão, defendida por Lira Neto e Anildomá Willians, o convite teria sido feito por Floro Bartolomeu sem que padre Cícero soubesse.

O certo é que ao chegarem em Juazeiro, Lampião e os quarenta e nove cangaceiros que o acompanhavam, ouviram padre Cícero aconselhá-los a abandonar o cangaço. Como Lampião exigia receber a patente que lhe fora prometida, Pedro de Albuquerque Uchoa, único funcionário público federal no município, escreveu em uma folha de papel que Lampião seria, a partir daquele momento, Capitão e receberia anistia por seus crimes. O bando deixou Juazeiro sem enfrentar a Coluna Prestes.
Que Oxalá nos abençoe sempre


Saravá .'.

JOSÉ DE ARIMÁTEIA

Olá irmãos


Que a paz de Oxalá esteja com todos

Hoje falamos de mais um grande exemplo de vida, um dos grandes amigos de Jesus Cristo.

José de Arimateia era assim conhecido por ser de Arimateia, cidade da Judeia. Homem rico, senador da época, era membro do Sinédrio, o Colégio dos mais altos magistrados do povo judeu. Também conhecido como `Sanhedrin´, formava a suprema magistratura judaica. É venerado como santo católico no dia 31 de agosto. A Bíblia relata que ele era discípulo de Cristo, mesmo que secretamente.

Segundo os evangelhos, José de Arimateia, juntamente com Nicodemos, providenciou a retirada do corpo de Cristo da cruz após solicitação feita a Pôncio Pilatos. Era o dono do sepulcro onde Jesus Cristo, seu amigo, foi embalsamado, numa esplanada a cerca de 30 metros do local da crucificação e de onde ressuscitou três dias depois da morte. Após a retirada do corpo de Jesus, foi preso por seguir a doutrina dele; ficou muitos anos preso. Caifás queria que ele ficasse preso até morrer, mas como José era muito inteligente para negócios lucrativos , o governador depois de Pôncio Pilatos, conversou com os membros do Sinédrio e convenceu a soltá-lo; ambiciosos pelos lucros que ele traria, libertaram Arimateia. José de Arimateia além de trazer riquezas para a sua região, aproveitou as viagens para divulgar os ensinamentos de Jesus Cristo. Atribui-se também a José o lençol de linho em que Jesus foi envolvido, conhecido como Santo Sudário.

De acordo com algumas lendas, José de Arimateia, , teria ficado de posse do cálice da Santa Ceia, levando-o para a Europa. Este cálice ficou conhecido como o Santo Graal, tão mencionado nas Lendas Arturianas.
Era um rico proprietário de minas de zinco e chamado "o conselheiro" por Lucas (luc23:50). Foi ele que após a crucificação solicitou a Poncio Pilatos o corpo de Jesus para um enterro adequado e este consentiu. 
Ele teria enrolado o corpo de Jesus em linho e ervas e colocando num túmulo numa rocha do lado de uma colina, túmulo este que ele José teria mandado fazer para si próprio. Diz ainda a lenda que ele ficou com o Cálice usado na ultima ceia e que é conhecido com o Sagrado Gral, e com alguns espinhos que ele tirou da testa de Jesus ao retira-lo da cruz e ainda que teriam caído em José sangue e suor de Jesus ao retira-lo da cruz. Parte deste sangue teria caído tambem no cajado que ele usava para andar (muito comum na época), hoje chamado de báculo de um bispo e bordão de um peregrino.

Diz a tradição que ao chegar na Inglaterra José fincou seu bordão na terra em Gastonbury e o mesmo se enraizou e tornou-se uma arvore de espinhos e dava flores no dia de Natal. Esta arvore estaria viva até os dias de hoje e pode ser visto pelos turistas em Gastonbury.

José foi uma figura imensamente popular na cristandade e no novo testamento ele foi chamado de " homem virtuoso e direito"(Lc 23:50) e o homem "que estava esperando o reino de Deus" (Mr 15:43) e descrito ainda como sendo "secretamente um discípulo de Jesus ". De acordo com o Evangelho apócrifo de Nicodemus, ele ajudou a estabelecer a comunidade de Lídia.

Ele tambem era uma figura proeminente nas lendas que rodearam o Sagrado Gral e apareceu no romance do 13° século de Robert Barron como José dArimathea, e no décimo segundo século na lenda contada por Willian de Malmesbury da chegada de José na Inglaterra com o Sagrado Gral e a construção da primeira igreja na ilha em Gastonbury. O Sagrado Gral foi escondido e tem um importante papel no folclore inglês e no épico nacional do Rei Arthur e os cavaleiros da Távola Redonda, que o procuraram sem sucesso.

Outra versão diz que ele seria parente distante de Jesus, que teria obtido fortuna com as minas de zinco em Cornwall e que eram amigos desde a infancia e que quando eram adolecentes teria levado Jesus para conhecer as minas. Este fato é o pano de fundo do poema "Jeruzalem "de Willian Blake (1757-1827).

Ele é o padroeiro dos mineiros, coveiros e diretores de funerais.

Na arte litúrgica da igreja ele é apresentado com um velho carregando um pote de óleo (na época usava-se passar óleo e ervas no corpo do mortos antes de enrola-los em linho para serem enterrados ) ou com um cajado florido.

Declaração de José de Arimatéia

"Eu sou José de Arimatéia, aquele que pediu a Pilatos o corpo do Senhor Jesus para
sepultá-lo, e que por este motivo se encontra agora acorrentado e oprimido pelos Judeus,
assassinos e rebeldes a Deus, os quais, além disso, tendo a lei em seu poder, foram a causa
de aflições para o próprio Moisés e, depois de enraivecer o legislador e de não haverem
reconhecido a Deus, crucificaram o Filho de Deus, coisa que ficou bem caracterizada para
quem conhecia a condição do Crucificado. Sete dias antes da paixão de Cristo, foram
enviados de Jericó ao governador Pilatos dois ladrões cujas culpas eram as seguintes:
O primeiro, chamado Gestas, costumava matar viajantes com a espada, ou deixava-os
nus. Quanto às mulheres, ele as pendurava pelos tornozelos, de cabeça para baixo, para
depois cortar-lhes os seios. Tinha predileção por beber o sangue das crianças. Nunca
conheceu a Deus, não obedecia às leis e, violento com era, vinha executando tais ações
desde o início de sua vida.
O segundo, por sua vez, chamava-se Dimas, era de origem galiléia e possuía uma
pousada. Assaltava os ricos, mas favorecia os pobres. Mesmo sendo ladrão, parecia-se a
Tobias, já que costumava sepultar os mortos. Dedicava-se a saquear a turba dos judeus.
Roubou os Livros da Lei em Jerusalém, deixou nua a filha de Caifás, que era na época a
sacerdotisa do santuário, e até mesmo furtou o depósito secreto, colocado por Salomão.
Tais eram seus feitos.
Também Jesus foi detido na tarde do dia 3 antes da Páscoa. E não havia festa nem para
Caifás nem para a turba dos judeus, mas sim uma enorme aflição, por causa do roubo do
santuário, que havia sido praticado pelo ladrão. Chamando a Judas Iscariotes, falaram com
ele. É necessário dizer que este era sobrinho de Caifás, não era discípulo sincero de Jesus,
mas havia sido dolosamente instigado por toda a turba de judeus para que o seguisse. E
isto, não com a finalidade de que se deixasse convencer pelas façanhas que Ele operava,
nem para que O reconhecesse, mas sim para apanhar-Lhe em alguma mentira. E por esta
gloriosa empreitada, davam-lhe presentes e um dracma de ouro por dia. Na época, já estava
há dois anos na companhia de Jesus, como disse um dos discípulos, chamado João."


Acreditasse que José de Arimatéia que deu guarida a Maria Madalena que na época carregava o filo carnal do Cristo. Ele apadrinhou a criança ea cuidou como seu filho, seu nome era Joseph.

Que Oxalá nos abençoe sempre


Saravá .'.

PAI JAÚ

Olá irmãos

Que a paz de Oxalá esteja com todos

Irmãos hoje falamos do maior pai de santo da Umbanda, sem dúvida um exemplo, nosso querido Pai Jaú.

"Um apelido como qualquer outro" era a resposta que Euclides Barbosa dava quando lhe perguntavam de onde ou do que havia surgido o apelido Jaú.

Evitava falar de sua vida e das mulheres que sempre povoaram sua existência de alegrias e muitos dissabores. Apenas dizia que, como filho de Ogum, estava seguindo à risca os ensinamentos de seu pai.

De fato, o cidadão Euclides Barbosa, que ficou conhecido como Jaú, sempre foi um líder, desbravando territórios que ainda não haviam sido tocados por nenhum outro brasileiro.

Sua espiritualidade, como a de todos os seres que são contemplados com este tipo de missão, surgiu nos primeiros anos de sua vida, mas a visita a algumas benzedeiras da época retardou a explosão espiritual, que se deu após encerrar sua brilhante carreira como jogador de futebol.

"Sou uma pessoa que tem três pesos e três medidas: sou da raça negra, umbandista e corintiano."

Sábias palavras de quem tinha um parco conhecimento das letras, mas um infinito instinto de sobrevivência e de garra para não se deixar derrubar por nada neste mundo.

Suas façanhas no futebol foram cantadas em versos e prosa; a mais conhecida foi um jogo de vida e morte do "Coringão".

Jaú, em uma dividida de bola, acabou tendo um ferimento grave na cabeça. Sua presença era essencial para que o time conseguisse vencer o adversário.

Foi nesse instante que recebeu, pela primeira vez, uma mensagem espiritual, e a levou a sério.

Jaú estava deitado na maca, fora das linhas do campo, o médico dizendo ao técnico que ele não poderia voltar ao jogo, pois o sangue não parava de jorrar e, provavelmente, ele havia sofrido uma concusão cerebral; somente um milagre faria com que ele se levantasse. Quando olharam para o lado, Jaú estava de joelhos, olhando para o infinito, como se estivesse ouvindo instruções, e passou a mão no gramado, arrancou um chumaço de grama, colocou no ferimento, e, ainda seguindo as instruções, enfaixou a cabeça. Depois, solenemente encostou a testa na terra e levantou-se, como que impulsionado por uma mola, entrando vitorioso no campo, sob os aplausos da torcida e a perplexidade do médico e do técnico.

Mais tarde, este gesto de tocar o solo do gramado com a testa passou a ser marca registrada do grande jogador e tinha tanta influência entre os colegas que ninguém se atrevia a colocar os pés no gramado sem que houvesse o toque da sorte, como passou a ser conhecido.

Quando Jaú pendurou as chuteiras e passou a dedicar-se inteiramente à sua missão religiosa, teve realmente de ter o mesmo espírito de luta que sempre lhe acompanhou nas disputas espor­tivas.

Sua religião era mais discriminada do que ser da raça negra ou então ser corintiano.

Mesmo sem jogar, continuou fazendo, no Pacaembu, toda a vez que o timão fosse jogar, suas "mandingas" no campo para dar sorte aos jogadores.

O radialista Estevam Sangirardi imortalizou a figura de Jaú nos programas que eram apresentados após cada jogo e ninguém reclamava, pois realmente era uma homenagem merecida ao grande guerreiro.

Na religião, não teve tanto reconhecimento, ao contrário, foi o mais discriminado, o mais criticado e o mais perseguido pela polícia, que juntava a bronca de Jaú ter sido grande jogador corintiano com o fato de sua magia ainda ajudar nas grandes partidas.

Foi preso diversas vezes, sob alegação de estar praticando feitiçarias. Passou por muitas torturas, como ficar horas ajoelhado no milho; dias e noites sem comer, recebendo apenas goles de água. "Se ele recebe mesmo espíritos, não precisa comer nem beber", satirizavam os carrascos. Por fim, acabavam libertando-o, pois os filhos-de-santo se aglomeravam defronte à delegacia e, cantando pontos de Umbanda, pediam a libertação de Pai Jaú.

Uma das torturas mais cruéis ocorreu quando o Timão estava disputando uma final e Pai Jaú, ao acabar de fazer sua mandinga de sorte, disse ao técnico que o zagueiro deveria ficar mais solto, pois o gol da vitória estaria em seus pés. Não deu outra e o Timão foi campeão daquele ano. Não mencionaremos o nome do time adversário para não causar constrangimento, pois temos certeza de que o ato praticado por alguns indivíduos não era a vontade de todos os torcedores.

A noite, Pai Jaú estava fazendo seu trabalho espiritual, quando seu pequeno terreiro foi invadido por policiais, que alegaram ter recebido uma denúncia de que no local estavam promovendo uma orgia pela vitória do Timão. Pai Jaú foi arrastado para o camburão e levado para a delegacia, não na mesma de sempre, o que dificultou aos filhos localizarem prontamente e pedirem sua soltura.

Até que fosse encontrado, na noite seguinte, Pai Jaú passou pela humilhação de ficar no "pau-de-arara", levando choques e foi jogado entre marginais de outros times, que o espancaram.

Não satisfeitos, os policiais separaram dez palitos de fósforo, fizeram pontas bem finas e enfiaram, bem devagarzinho, entre as unhas das mãos de Pai Jaú, que nesse momento invocou a proteção do Sr. Ogum.

Foi atendido; quando os carrascos acenderam os palitos, ele começou a ver, nas chamas, uma espécie de luz, formando uma figura de índio. De seus olhos escorreram lágrimas, não de dor e sim de pena daqueles sujeitos que acharam que estavam lhe fazendo um grande mal. Estavam lhe proporcionando passar por um grande milagre espiritual.

Os policiais foram afastados a bem do serviço e nunca mais Pai Jaú foi perseguido pela polícia.

Até os 82 anos, idade em que faleceu, Pai Jaú atendia pessoas todas as quartas-feiras. Todos admiravam seu caboclo, pois sempre vinha do mesmo jeito, independente da idade ou da saúde do velho guerreiro. Na incorporação, seu corpo estirado se elevava mais de um metro do chão e, ao tocar no solo, o caboclo batia a cabeça no chão, no gesto característico do grande Decano.

Como já aconteceu com muitos sacerdotes, por não deixar por escrito sua vontade, após sua morte, no que diz respeito a cerimônia e legados, Pai Jaú sofreu a discriminação e o desrespeito. Seus filhos-de-santo não puderam fazer nada, pois a família, com exceção de seu filho Jair, que nunca havia participado de sua vida, proibiu qualquer cerimonial umbandista e, no dia seguinte ao enterro, sua filha evangélica desmontou o congá, jogou tudo na rua e colocou fogo, sob os olhos atônitos dos vizinhos, que não puderam ou não quiseram interferir.

Terminava assim a trajetória de um homem que honrou seu tempo, seus amigos e seus filhos espirituais, mas que recebeu muito pouco ou quase nada em troca, a não ser sua própria luz na eternidade.



Que Oxalá nos abençoe sempre


Saravá .'.